5/09/2010

PERDOANDO


É certo que Manoel Carlos não foi feliz em seu enredo. É certo que suas Helenas movimentam as suas histórias, porém dessa vez a sua Helena atendeu pelo nome de Luciana (de Aline Moraes): faltou uma boa dose de histórias para complementar a principal. Maneco perdeu-se, como todo bom autor, em um fiasco chamado VIVER A VIDA, que ficou parecendo Viver o Tédio.

Há uma semana do ponto final da história, vejo que pode-se contabilizar algumas coisas boas: Mateus Solano roubou a cena e Aline Moraes emprestou toda a sensibilidade à uma personagem fadada ao fracasso: mimada, egoísta e outra série de adjetivos. A personagem pôde nos mostrar uma coisa: se não aprendemos pelo amor, temos a chance de aprender pela dor.

Novela das oito (pra mim) é como um livro a ser lido. Nos últimos tempos não tenho acompanhado muito bem as novelas. A última que acompanhei apaixonadamente foi SENHORA DO DESTINO que segui fielmente e depois veio A FAVORITA (que acompanhei pela globo.com).

Interessante o que vem acontecendo com os(as) protagonistas das novelas das oito da Globo. Em CAMINHO DAS INDIAS o Bahuan foi engolido pelo Raj e em VIVER A VIDA Luciana foi quem atropelou a Helena.

Sobre os cacos da história de VIVER A VIDA, o mérito foi o lance da superação, alguns diálogos emocionantes, cenas fortes. Grande destaque foi a agonia da Helena, seu remorso... a culpa. Quantas vezes somos Helenas na vida! Nos culpamos por fatalidades, nos culpamos pela dor de um filho, pela doença. Culpa, culpa... Helena culpou-se a novela inteira... por que? Porque é fácil perdoar a quem ofendemos, o dificil mesmo é aprender a perdoar-se.