11/01/2010

HISTORIAS


Olhei da janela do meu carro e vi a cena desta foto: duas vidas, duas histórias, dois mundos – cada um tão diferente, tão igual, tão real para seus protagonistas. A mulher chorava por seus lixos internos, na ânsia de sobreviver; o homem juntava os lixos externos, também para sobreviver.

A cena poderia ser comum, se não fosse o local em que eu estava: em frente ao Instituto Treinamento em Gestalt Terapia (http://www.itgt.com.br/). Ela aguardava o momento de ser atendida pelo psicólogo e ele, possivelmente, aguardava matar mais um leão para sobreviver àquela sexta-feira.

Senti vontade de sair, conversar com aquela mulher e dizer-lhe: há e sempre haverá uma saída, um caminho, uma luz. Tive vontade de tirar com a mão aquela dor que ela sentia, mais não pude: ela estava longe demais, distante demais e eu não podia quebrar-lhe o seu casulo.

Eu não era diferente de nenhum desses dois.